quarta-feira, 29 de julho de 2020

< CARTAS ÀS AMIGAS > Amigas irmãs




Toca o timbre!
São elas. Vão chegando saladas de frutas, croissants de maçã e delícias escolhidas especialmente
para um lanche, que promete muitas conversas. 
Lembranças de tempos passados, vivências de tempo presente.
Solidárias, deixam seus lares para aconchegar uma amiga que neste momento estava 
impossibilitada de realizar suas vontades.
De fazer, tecer, visitar os menos favorecidos, um trabalho desenvolvido com muito amor.
Hoje a atenção era voltada para mim.
Três  mulheres reunidas, cada uma com sua visão de mundo.
Cada uma com desafios que o tempo nos traz.
Lembranças de momentos incríveis. Muito riso e também histórias que deveriam estar apagadas pelo tempo,
mas que tiveram sua chama reacendida e nos trouxeram muita diversão. 
Tempos que não voltam mais, 
Vai-se a tarde.
Ah! Que tal um baralho para incrementar ainda mais este encontro?
Jogo novo? 
Por que não?
Vamos lá, aprender nunca é demais, mesmo que seja para jogar.
Hoje!
O encontro é virtual. 
Abraços, olhares dirigidos, afeto a distância; nos alimentamos dessa amizade.
Pensamentos positivos, com grande dificuldade em acreditar que tudo vai passar.
Somos fortes.
Novos encontros virão e com eles, novas expectativas de que 2021 nos traga esperança.
Deixo meu abraço fraterno, amigas irmãs.

sábado, 25 de julho de 2020

< CARTAS ÀS AMIGAS > Amiga Tricoteira













Ela chega tímida, e vai logo dizendo “Meninas, só sei fazer o básico. Aprendi com minha mãe me supervisionando”.
“Caiu no lugar certo”, gritou uma das muitas mulheres, que se aglomeravam na sala com seus trabalhos na mão. 
Aqui temos professoras de todos os calibres, de iniciante a doutoras em tecer os pontos.
Devagarinho começa a desenvolver sua nova paixão, tecer, tecer. 
Gosta de desbravar o mundo.
Nos presenteia com lindas fotos, e com isso tomamos uma carona, viajando no tempo e no espaço com ela.
Deu uma parada; a saúde não lhe permitiu grandes arroubos, mas continuou tecendo seus mimos em sua casa.
Surpresa!
Quando de seu regresso, se apresentou com toucas de todas as cores e tamanhos. 
Se especializou em tecer para os mais frágeis que vem ao mundo.
Touquinhas que mal cabem em nossas mãos, feitas por outras mãos abençoadas.
Hoje, com a Pandemia, descobriu algo que lhe foi muito desafiador.
Cozinhar! “Nunca foi seu forte”.
Pouco a pouco me confessou que vai de “cozinha prática” e que está bem feliz com os resultados.
Seus pensamentos: Enquanto se deleita com seus quitutes, quando tudo isso passar, vai fazer uma comidinha para as amigas.
A casa ficará pequena, contrastando com os risos que ecoarão em alto e bom tom.
Tornando uma noite inesquecível com suas amigas.




quarta-feira, 22 de julho de 2020

< CARTAS ÀS AMIGAS > Amiga para todos os momentos








Ela chegou trazendo o sol para Curitiba.
Em um julho de 1981, vinda do Norte do Paraná.
Aqui encontrou um calor diferente.
Aberta a fazer novas amizades.
Chegou e conquistou todas nós.
A primeira visita foi em minha casa.
Estávamos inaugurando nossa casa nova e lá estava ela, com seu sorriso e sua simpatia sem medidas.
A amizade é um presente da vida. 
Cada uma pinta a vida de diferentes matizes.
E ela é especialista neste quesito.
Uma amiga para todos os momentos, seja para acolher, dar colo, emprestar o ombro.
Ou seja para aceitar um convite de última hora para irmos para a praia.
Em um destes momentos passamos um final de semana na Ilha do Mel, degustando um bom camarão  com uma cerveja gelada.
A onda batendo em nossos pés e o sol aquecendo nossos corpos.
Um bom papo para descontrair.
Para encher nossos corações de uma paz indescritível e voltar para casa mais leve.



Que bela esta amizade.

domingo, 19 de julho de 2020

< TEXTO PARA TODOS MEUS AMIGOS> Dia do amigo





 Amigos de muitos anos, amigos recém-chegados, e os amigos que virão.
Será que precisamos de um único dia para falarmos aos amigos, para os amigos, dos amigos?
Creio que não, porque em meu caminho encontrei amigos para todos os momentos em qualquer dia do ano. 
Amigo, aquele que te acolhe.
Amigo, aquele que te oferece o ombro para você derramar suas lágrimas quando precisar.
Amigo, aquele que te dá o colo, para que se aninhe quando sente frio.O DIA DO AMIGO
A todos os  meus amigos.
Amigo, aquele que está sempre pronto para ouvir seus lamentos.
Amigo, aquele que te apoia, que te incentiva, que acredita em você. 
Hoje resolvi escrever para todos, neste dia convencionado como o Dia do Amigo.
Deixo um abraço afetuoso, um aperto de mão, um sorriso e uma esperança por dias melhores.



sábado, 18 de julho de 2020

< CARTAS ÀS AMIGAS > Amiga estrangeira








Lá se vão 20 anos de uma longa amizade,
Sol, praia, mar.
A cada verão nos descobrimos
Troca de livros, um intercâmbio cultural.
Ambas amamos aprender. 
Português e espanhol.
Nos acomodamos em qualquer lugar da praia.
Um filme em nossas cabeças. 
Anos diferentes, anos de perdas, outros de ganhos.
Tristezas!
Alegrias!
Políticas!
Discorremos sobre vários temas.
Temos a mesma ideologia.
Troca de presentes, na maioria das vezes, livros.
Uma de nossas paixões.
A outra?
Cantar!
Ela conhece muito de nossa história musical.
Tem uma memória fantástica. 
Vamos de Milton, Caetano, Gil, Bethânia.
Cantamos, nos divertimos e alegramos um pedaço daquele paraíso.
À noite em uma cozinha comunitária, cantamos só para nós mesmas.
Tudo isso nos preenche a alma.
Ano vem, ano vai. 
Trocas de emails, telefonemas (poucos),
porque gostamos mesmo é da presença real.
Hoje? Com vídeo chamadas, único recurso para matar a saudade desta amiga distante...
Esperaremos o verão de 2021.
Quem dera que nos seja permitido, o abraço longo e fraterno .
Amo você, amiga.
Assim como amo todas aquelas que fazem parte do meu caminhar.





domingo, 12 de julho de 2020

< CARTAS ÀS AMIGAS > Amiga que veio para ficar




AMIGA QUE VEIO PARA FICAR 


Nos tornamos amigas na viagem, até então uma conhecida.
Tudo começou com muito humor e alguns atrapalhos.
Ela saía do Rio e eu, de São Paulo.
As trapalhadas do início de viagem foram contadas com muito riso, porque a preocupação ficou para o momento do incidente.
Esquecer a bolsa no carro do irmão com tudo: documentos, passagem e tudo que precisava. 
Pânico. Será que tudo chegará a tempo?
Acabei viajando sozinha, meus companheiros foram trocados de voo e horário.
Muita correria, nunca vi um aeroporto tão grande. 
Cheguei para a conexão “ em cima do laço “, língua de fora, boca seca. 
São os perrengues das viagens.
Cheguei ao destino de madrugada. Pra minha sorte, dominava a língua local e pude compartilhar um táxi, mas ainda não estava bem ajustada com o câmbio da moeda.
Ufa! Hotel à vista
“Check-in a ser feito”, disse ao recepcionista
“Sou companheira de fulana, veja bem, me dê o número do quarto certo, eu não a conheço”.
Realmente não me recordava de sua fisionomia; na foto de seu WhatsApp, como boa bióloga, possui uma plantinha. 
Imaginem a cara de espanto do recepcionista.
Chave na mão.
Abri a porta sorrateiramente.
Ela acordou e disse, Vera, quarto sem janelas e cama só de casal.
Agora entendi ainda mais a cara de espanto do rapaz.
Dormimos. Eu não tenho problemas em dormir com quem quer que seja, mas talvez cause problemas às minhas companheiras de quarto!
No dia seguinte, eis que no café da manhã fomos surpreendidos pelos outros companheiros que acabavam de chegar ao hotel.
Papo em dia.
Nós duas fomos descobrir as belezas daquele país.
Fotos, lugares, artesanato, natureza, história local.
Tudo muito simples.
Comida típica, povo amável.
Éramos tratadas como rainhas.
“Mi Reina”.
“Lo que necesita de desayuno?, tenemos huevo, huevo ranchero, huevo perico, huevo solo, huevo revuelto”.
Resumindo, ovo de todos os tipos, variados unicamente pelo tempero local.
Rimos muito porque não importava mudar de cidade, “el desayuno” sempre se assemelhava.
Fomos nos conhecendo, tudo funcionava muito bem, nos afinamos desde os primeiros momentos de convívio.
Para ela, sua primeira viagem “RAIZ”. Nós de mochila e ela com uma mala do tamanho do mundo, passou trabalho.
Arrumava sua mala e dizia “na próxima, será de mochila”.
Moramos em estados diferentes; o seu carioquês me levou a fazer muitas brincadeiras com ela. “Aooonnde exxtáá a minha tesourinhaaa”, muitas risadas, muito humor, muita diversão. 
Ficamos muito ligadas, a amizade continua.

Não importa quando nasceu esta amizade, o que importa é que veio pra ficar.







sábado, 11 de julho de 2020

< CARTAS ÀS AMIGAS > Amigas, Mães





O dia tinha sido longo.
Várias atividades, permeavam o meu dia.
Um propósito! Três tarefas extras ao dia.
Naquele dia tudo fugiu ao controle, foram oito tarefas extras.
Cheguei cansada, aula começando, às 18h15 em ponto.
A cabeça rodava, o corpo teimava em não ficar em pé.
Uma delas, mais perceptiva, me olhou e disse “você não está bem”.
Sentei, cantei, algumas me olhavam, estranhamente, algo se passava comigo, só não sabia o que estava acontecendo.
De repente, tudo escureceu, alvoroço geral.
Senti dois anjos me tomando das mãos, saí de cena.
Sorte, muita sorte, uma médica, outra enfermeira.
Primeiros socorros, quando voltei, fui deparar com muitas perguntas.
“Como é seu nome?”
“Onde mora?”
“Aonde estás?”
A língua enrolada na boca, respondendo o que me perguntavam.
Passei no teste, o susto foi maior que o estrago.
Continuava no chão.
Muitas cabeças ao meu redor. 
Olhares de preocupação.
Dentre elas, uma se destacou no epílogo deste fato.
Olhar firme, olhos muito claros, olhar de reprovação, decidida a dizer o que eu não queria ouvir.
“Está pensando que tem 18 anos”?
Respondi, malcriadamente.
Pior que tenho, já sabiam que estava voltando ao meu normal.
Me encarou com mais firmeza, em um olhar de “baixe a bola, faça menos, menos é mais”.
Apesar de não me sentir velha, parafraseando esta frase usada por ela.
Não sabemos o que é isso, nunca fomos.
Temos de aprender, perceber nossos limites. 
Lição de vida.
Aos poucos, com a ajuda delas, paro, reflito, penso.
Oh! o que seria de mim sem elas.
Minha família!
Sempre me deixou livre para voar.
Somente agora sinto, desacelerar é o que me convém.
Como fazer?
A cabeça a mil, ponho no papel o que brota de meu ser.
Escrever, minha fonte de inspiração. 

Meu desabafo! 

quarta-feira, 8 de julho de 2020

< CARTAS ÀS AMIGAS > Amiga Versátil






Combinamos um passeio de final de semana.

Lá vou eu, mochila na mão, minha querida amiga já me esperava.

Ela, a motorista-mor, rumo à praia, cedo, o sol nos espera.

Seu apartamento, um aconchego só: tudo tem sua cara.

Devidamente paramentadas para uma caminhada, depois de um almoço no shopping, 

pela praticidade , cerveja gelada, isso não pode faltar, é a nossa marca.

À tarde, pipoca no sofá.

À noite, um jantarzinho improvisado, que ficou muito bom, diga-se de passagem. Usando a criatividade chegamos lá. 

Domingo, almoço na cidade vizinha, peixe e todas as delícias que apreciamos.

O melhor ainda está por vir.

Mercado de peixe, lá vamos nós comprar as iguarias para uma caldeirada, promessa feita.
Ela é mestre neste prato, creio que ninguém a supera.
Depois, lojinhas de artesanatos, panelas de barro, tínhamos encomenda de outra cozinheira, temos muitas quituteiras neste grupo.
Trabalho a ser feito, limpeza de peixes, lula, etc. Isto ficou por conta dela.
Eu arrumando a bagagem para o breve retorno, somos do mesmo signo, um pouco atrapalhadas. 
Arrumar o carro, quanta miudeza.
Tarefa difícil para quem gosta de trazer o impossível.
Avenca na mão, mochila, mala, e o famoso isopor de peixes.
Acomodamos tudo, foi o que pensamos.
A obra prima estava feita, a autora do fato, no caso, eu, nem se deu conta.
Chegando em Curitiba!
Que descoberta, onde está o Isopor?
Constatação imediata, ficou na garagem.
Ainda bem que a comunicação estava boa, e o síndico da praia estava ligado. 
Nossas iguarias estavam a salvo no congelador.
Parafraseando o nome de nosso grupo, tudo tem seu Tempo Certo.
E o tempo da Caldeirada ficou pra mais tarde.
A diversão maior, nosso grupo não perdoa;
Muitos chistes por  este episódio.
Ficou em nossas lembranças para sempre.
Amigas de todos os tipos!
Quem não as tem não sabe o prazer que dá para nossa existência.